"Não é bilheteria, é história"
O diretor do filme de sucesso Avatar, de 2009, James
Cameron, falou à revista Variety sobre o que acha que as
continuações do filme devem ser. Segundo ele, os filmes não são fontes para gerar dinheiro. “Não há nada que eu precise dizer como artista sobre o estado do mundo e
dos assuntos humanos, que eu não possa fazer através da lente do universo de ‘Avatar’.
Nós tivemos um par de anos para pensar sobre o arco da história dos próximos
três filmes, e cada dia que passa, eu acredito nela cada vez mais. Nós não
estamos tentando capitalizar como o último filme”.
Filme Avatar. Cartaz/Reprodução. |
Sua fala fez parte de
uma reportagem retratando as dificuldades de Jim Gianopulos, presidente da Fox,
para com as atualidades do setor atual dos filmes para as distribuidoras e para
o cinema. Nesta mesma reportagem, ele fala que acredita no sucesso de
continuações de filmes, tais como X-Men:
Days of Future Past e Dawn of the
Planet of the Apes. “Uma das coisas
que fazem as sequências tão bem sucedidas é elas partirem de um ponto em que as
pessoas já gostaram do que você veio antes. Mas outra parte que elas gostam é a
sua originalidade. Você precisa apresentar uma nova história, com novos personagens
e levar a história a lugares que restaurem a sua originalidade.”
Um dos futuros
obstáculos da empresa é com seu novo projeto; a criação de três sequências de
Avatar que devem ser filmadas simultaneamente ainda neste ano, para serem
lançadas em 2016, 2017 e 2018, além de seus custos que devem chegar próximos a
um bilhão de dólares. “Sabemos que vai
ser uma longa jornada. Sabemos que não vai ser barato. Sabemos que não vai
ser, sem novas descobertas e novos desafios no processo de produção de algo que
é tão além da forma normal do cinema e da tecnologia, mas o que poderia ser
mais emocionante do que isso”, diz o presidente da Fox. A primeira
continuação deve explorar o universo submarinho de Pandora, escrita por Rick Jaffa e Amanda Silver; Avatar 3 terá roteiro de Josh
Friedman de Terminator: The Sarah
Connor Chronicles; e Avatar 4 será
escrito por Shane Salerno.
Na reportagem, Jim
Gionopulos fala de suas “metas”, como o acabar com a pirataria e com os crimes
com os direitos intelectuais dos filmes, bem como o continuar, o investir em
formas para que na “Era Digital” os DVD’s não sejam substituídos por cópias
digitais: “SOPA (Stop Online Piracy Act
and the Protect Intellectual Property Act) foi mal, e,
eventualmente, tornou-se vulnerável a uma campanha de desinformação, que
distorceu completamente a sua intenção, mas também eliminou a possibilidade. Nós
estamos recuando agora, e dizendo que era o cerne da questão. O cerne da
questão é que as pessoas que se aproveitam da tecnologia para se envolver em
roubo. Eu não acho que ninguém vai se levantar e dizer: "Bem, eu
estou para isso””. E sobre a distribuição dos filmes, ainda sobre o tema, o
presidente diz: “Nós temos que separar as
oportunidades digitais apresentados pela Internet em termos de produção,
distribuição e comercialização do fato de que ela facilita uma grande quantidade
de pirataria. Nós estamos indo para viver com a pirataria. Nós vamos fazer
tudo o que pudermos para amenizá-la e impedi-la, mas será sempre um custo de
fazer negócios”. E acrescentou: “Tentamos
transmitir a exposição que depois de certo período de tempo, quando um filme já
não estava disponível no teatro, a escolha das pessoas não era para dizer, 'Oh
ele não está disponível, eu vou voltar para o cinema e ver algo outra coisa.
Era roubá-lo ou ficar em casa e assistir outra coisa.”
Jim Gianopulos. Reprodução. |
Outro ponto defendido
pelo presidente foi o público internacional: Hugh Jackman disse que se
lembrou de “fumar um charuto com o chefe do estúdio na produtora Lauren Shuler” logo após X-Men; "Ele
me disse que as carreiras passam por altos e baixos, por isso é importante para
um ator estar consciente do seu perfil internacional. Ele disse que houve
atores que não podem ir mais longe nos Estados Unidos, mas que têm um perfil
internacional suficientemente grande para ainda obter filmes feitos. Eu
sempre fui consciente para promover meus filmes a nível mundial",
completa.
Gianopulos também disse que entende das
preocupações da liberação dos filmes para venda direta uma ou duas semanas de
ser exibido nos cinemas, fazendo alguns expectadores terem razão em esperar,
mas acrescentou: “Ninguém está defendendo
que (janela), pelo menos nesta fase". O cinema e a televisão são
distintos. “Eles são únicos e eu acho que
eles podem co-existir muito mais perto no tempo”. E “você tenta manter a harmonia do ecossistema. Há apenas uma 'Planeta dos
Macacos. Há apenas uma 'Avatar'. Há apenas um 'X-Men’. Mais cedo ou
mais tarde eles vão precisar disso”.
Fonte(s): Omelete/Indiewire/Variety
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